19 julho 2012

Cegonha parindo carrinhos em Teresina


Cotidianamente, caminhões-cegonha estacionam ao lado de uma parada de ônibus na Avenida Gil Martins, região do Condomínio Dom Avelar, zona Sul da cidade, para descarregar os veículos encomendados pela Jelta, concessionária Fiat em Teresina. Em decorrência disso, os ônibus liberam os passageiros no meio da avenida ou somente no ponto seguinte.

A foto acima é o retrato fiel de uma cidade que há décadas entregou o transporte coletivo nas mãos de um empresariado pouco responsável, que cobra passagens caras e oferece um serviço de péssima qualidade. Os ônibus demoram a passar. As linhas não cobrem a cidade de forma satisfatória. As paradas são quentes e mal iluminadas. Os coletivos são deteriorados.

Nesse contexto, é natural que a população recorra à aquisição de um carro próprio. Melhor perder tempo no engarrafamento que nas paradas de ônibus. A cada dia, mais pessoas chegam a essa conclusão.

E, assim, os governos constroem mais pontes, mais viadutos, mais avenidas... O mais louco é que nunca será suficiente. Sempre faltará espaço para comportar os milhares de carros nas ruas. A mobilidade urbana mal tem movimentos.

Enquanto isso, a cegonha vai parindo seus carrinhos na parada, forçando os ônibus a evitarem um caminho naturalmente seu. Se fosse o contrário, nada sairia impune. Mas não é.

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