Como dizem por aí, Damião tinha tudo para não dar certo. Nasceu pobre e preto. Coitado! Não conheceu o pai. Coitado! A mãe morreu há dois anos, deixando para ele uma casa de taipa e a responsabilidade de criar o irmão de 10 anos. Coitado!
Maltratado pelos revezes da vida, o menino franzino da periferia de Timon poderia ser apenas isso: um coitado!
Não se sabe como, nem porque, mas Damião preferiu não aceitar o destino que lhe foi reservado. Deu um tapa na sorte, peitou a vida e desafiou: Venha! Pode vir! A roupa surrada, o suor forte, o olhar distante provam que a peleja não é fácil. Briga de gente grande. Dias após dia. Todo dia.
O irmão e ele comem quando têm o que comer. Vestem a moda dos outros. O barro da casa amoleceu com as chuvas e as paredes escorreram pelo chão de terra batida. A única bicicleta dos meninos foi roubada. Ganharam uma nova. E foram novamente roubados.
Mas essa é a história da peleja do menino contra o destino. Não esqueçam!
Calejado pelas agruras, Damião perdeu os temores. “Não tem medo de nada?”, pergunto. “De nada”, responde com uma voz que economiza som. Daí vem a coragem para desafiar a tudo.
O gosto pelos estudos foi a arma que forjou para a batalha. Depois de cumprir com as obrigações de pai, mãe e dona de casa ele dava de garra dos livros. E a cada página, a cada conta, a cada lição assimilada, Damião cortava uma das amarras que lhe prendiam.
A guerra ainda esta posta, mas Damião causou uma grande baixa na tropa inimiga: passou em três vestibulares públicos (ENEM, UFPI e UESPI). Pela primeira vez – em 18 anos - o menino que nasceu para ser coitado tem escolhas boas a fazer. Pode optar, vejam só, entre ser biólogo ou professor. E se quiser, será os dois. Basta querer. E ele quer!
*** Conheça mais a história do Damião clicando aqui.
Maltratado pelos revezes da vida, o menino franzino da periferia de Timon poderia ser apenas isso: um coitado!
Não se sabe como, nem porque, mas Damião preferiu não aceitar o destino que lhe foi reservado. Deu um tapa na sorte, peitou a vida e desafiou: Venha! Pode vir! A roupa surrada, o suor forte, o olhar distante provam que a peleja não é fácil. Briga de gente grande. Dias após dia. Todo dia.
O irmão e ele comem quando têm o que comer. Vestem a moda dos outros. O barro da casa amoleceu com as chuvas e as paredes escorreram pelo chão de terra batida. A única bicicleta dos meninos foi roubada. Ganharam uma nova. E foram novamente roubados.
Mas essa é a história da peleja do menino contra o destino. Não esqueçam!
Calejado pelas agruras, Damião perdeu os temores. “Não tem medo de nada?”, pergunto. “De nada”, responde com uma voz que economiza som. Daí vem a coragem para desafiar a tudo.
O gosto pelos estudos foi a arma que forjou para a batalha. Depois de cumprir com as obrigações de pai, mãe e dona de casa ele dava de garra dos livros. E a cada página, a cada conta, a cada lição assimilada, Damião cortava uma das amarras que lhe prendiam.
A guerra ainda esta posta, mas Damião causou uma grande baixa na tropa inimiga: passou em três vestibulares públicos (ENEM, UFPI e UESPI). Pela primeira vez – em 18 anos - o menino que nasceu para ser coitado tem escolhas boas a fazer. Pode optar, vejam só, entre ser biólogo ou professor. E se quiser, será os dois. Basta querer. E ele quer!
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Parabéns, Damião. Só uma dúvida: ele precisou de cotas raciais?
ResponderExcluirFantástico! Ainda bem que ele não aceitou ser só mais um coitado esquecido pela sociedade.
ResponderExcluirGrande exemplo pra uma molecada que não leva nada a sério.
Adorei o texto, Romulus.