23 fevereiro 2009

Que falte carne

Que no carnaval a alegria do brasileiro aumenta e a roupa diminui? Sim, bom e daí?

Que é nessa época que todo mundo deseja ter dinheiro e um corpo malhado?
Sim, bom e daí?

Que a libido do povo exalo por todos os poros?
Sim, bom e daí?

Que é nas manifestações dessa festa que as câmeras de TV e lentes dos fotógrafos focam mais seios e púbis que o gingar das dançarinas?
Sim, bom e daí?

Mas daí você aproveitar todo esse contexto, contratar uma agência de publicidade, comprar espaço em um jornal e publicar uma grosseria dessas...

A publicidade mais parece o chamamento para um prostíbulo. “Renove suas baterias com nossas carnes especiais.” Ou será que os idealizadores do anúncio pensaram: “As pessoas vão olhar a mulata e sentir vontade de correr até a churrascaria.”

O corpo feminino é usado para vender da sandália à cerveja no Brasil. Associar as curvas da mulher ao ato de comer carne é apenas mais uma descarada exaltação do machismo nacional. É um reforço do preconceito da “mulher objeto”, temperada e bem passada para servir ao homem. Um pedaço de carne exposto na vitrine. “Ô patrão, a maminha tá bem passada?”

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