O pai plantou e colheu o que seca não deixou nascer.
Na panela de barro encarvoada a mãe cozinhava tudo aquilo que a seca não deixou nascer.
Os nove filhos, sentados à mesa, olhavam assustados para o fundo do prato. E o fundo do prato lhes devolvia o mesmo olhar. Arregalado. Faminto.
Naquela noite, naquele mês, naquele ano - pelo resto da vida - a família encheu o bucho com tudo aquilo que a seca não deixou nascer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário