
A tarefinha de classe da turma do Jardim I era simples: “Faço o retrato de sua família”.
No dia seguinte a pequena Maiara entrega o desenho de três pessoas flutuado de cabeça para baixo.

Estranho? Para ela faz todo sentido.
A menina pode entender pouco da vida, mas sabe muito bem o que desenhou.
Difícil apagar aquele maio de 2009 da memória. A lembrança parece impregnada tal qual nódoa de pinhão.
É que “Papai”, “Mamãe” e “Maiara” estavam no caminho de destruição das águas da barragem de Algodões I, em Cocal. Entre os que foram arrastados pela enxurrada. Entre os que salvaram apenas a roupa do corpo.
Sobreviveram! E isso é muito. Afinal, a vida cá por essas bandas vale muito. Pelo menos para alguns...
** Foto da jornalista Marília Lustosa
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