04 agosto 2009

Nós, jornalistas, somos galinhas


Jornalista no Piauí paga e peca pela ambição do patrão. Reféns dos anunciantes, falam, escrevem e mostram o que mais convém ao pagador.

Nas bandas de cá, os “cafetões” prediletos são as prefeituras e o governo do estado. As verbas destinadas à publicidade são distribuídas de forma a calar o maior número de bocas possível. O silêncio midiático é conveniente para quem governa.

Não se enganem. Meios como o Portal 180graus ou o jornal Diário do Povo apenas levantam suas vozes contra o governo Wellington Dias por que são financiados por outros grupos (políticos e empresariais). Caso contrário, também seriam adestrados. “Olha o ossinho! Olha o ossinho!”

Almas comercializadas. Autocensura ligada. Podemos decolar? Um voo rasante pela nossa mídia é nauseante. Informações superficiais, fontismo, defesa cega de ações absurdas. Algemados às declarações oficiais, nós, jornalistas, pouco vamos além.

E como se não bastasse tudo isso, ainda vemos, calados, os governos municipais e do estado imporem linhas editoriais aos meios. “Poupe a secretária.”; “Vamos dar um gelo no pré-candidato.”; “Chega de falar no caso Algodões.”

É isso mesmo. Aplicam legalmente o dinheiro público, mas chantageiam e cobram “trocos” em benefício de indivíduos, grupos fechados, interesses pessoais. É assim que pavimentam candidaturas, forjam bons gestores, canonizam desonestos. O noticiário local está repleto de travecos siliconados.

Jornalista piauiense é tal qual galinha. Tem asas, mas voa baixo. Alguns por incapacidade. Outros por autocensura. A maioria por estarem presos a essas amarras.

Aceita canja?

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