16 dezembro 2008

Cortada nossa de cada dia (PARTE I)

Li no portal de notícias do Estadão uma matéria falando do avanço do crack no Brasil. “Vou repercutir isso”, pensei. De pronto peguei o telefone e liguei para o delegado João José, o J.J, titular da Delegacia de Entorpecentes.

- Alô! Delegado J.J?
- Pronto!
- Delegado, aqui é o Rômulo Maia, repórter do Acessepiauí, tudo bom?
- Diga Rômulo.

Perguntei a ele sobre o tráfico de crack no Piauí, se as apreensões aumentaram e a quantidade de droga recolhida pela Entorpecentes em 2008.

As respostas para a primeira e terceira perguntas foram vagas, confusas e quase incompreensíveis (o delegado não tem uma dicção muito boa). Para a segunda, uma resposta interessante. J.J falou que em apenas duas operações realizadas nesse final de ano a polícia apreendeu quantidades de crack superiores a tudo que foi recolhido da droga no ano de 2007.

Teoricamente a informação constatava o avanço do entorpecente, mas, mesmo assim, perguntei:

- Delegado, então isso mostra que tem mais droga no mercado? Que tá circulando mais crack no tráfico? Ou apenas que a polícia atuou mais?

E ele:

- A polícia tá fazendo o trabalho dela. Se tem mais droga, eu não sei dizer... Não sou traficante. Eles quem sabem disso, né?
- É...

J.J sorriu secamente e lançou a deixa para finalizar o telefonema:

- Era isso?
- Era! Era! Brigado delegado.

xxxx

Placar:

J.J. 1 x 0 Rômulo

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