28 janeiro 2009

Finalmente, Alanis em Teresoma

Imaginem Calypso, Aviões do Forró e Calcinha Preta tocando ao mesmo tempo na praça de Pio IX. Loucura, né não? Pois a notícia que a tal Alanis Morissette, cantora canadense, faria show em Teresina causou rebu parecido. Falatório, especulações, fuxicos, comentários (entusiasmados e pessimistas).

Danadinho esse Marcus Peixoto!

Pois bem, a possibilidade de ter acesso a um evento de “proporções internacionais” deslumbrou os jornalistas e colunistas das bandas de cá. Nomes enviados, ovos babados, sacos puxados e umas dúzias de profissionais conseguiram credenciais. Aqui no Piauí é sempre igual: a minoria dos profissionais trabalha enquanto a maioria curte a posição. “Ih! Pois eu entrei foi de graça no show da Alanis.”

O tão propagado show é nesta quarta-feira (28). E a organização já cuidou de encaminhar a lista de frescuras às redações. Destaco algumas:

Os profissionais credenciados deverão chegar ao local do show impreterivelmente até 23h. O portão de acesso da imprensa estará FECHADO após esse horário.

Nenhuma credencial dos profissionais de imprensa, fotógrafos ou cinegrafistas dá acesso ao Backstage, nem ao Frontstage.

Não haverá sala de imprensa ou internet sem fio para os credenciados.

Alanis Morissette não concederá entrevistas coletivas ou individuais durante sua turnê pelo Brasil. Também não posará para fotos antes ou depois do show.

Registros durante a passagem de som estão vetados.

Somente os fotógrafos credenciados como tal e equipamento profissional, limitados a um por veículo, terão acesso ao praticável ao lado do house mix – tablado no meio do público e em frente ao palco.

As fotos de palco poderão ser feitas somente na segunda, terceiras e quarta músicas e apenas pelos fotógrafos no praticado.

Os fotógrafos que forem registrar imagens no praticável devem levar lentes teleobjetivas, preferencialmente com zoom de 300m. Do contrário, não terão acesso ao local.

Após a quarta música, fotógrafos devem deixar o local do show com seu equipamento. Caso haja necessidade de se continuar no local do evento, ele deverá guardar o equipamento fora do clube e depois retornar pelo mesmo acesso inicial, onde as credenciais ficarão retidas até seu retorno.

O tempo liberado para captação de imagens é de 1 minuto da segunda e terceira músicas. (Alanis não está no palco durante a primeira música).

Após a terceira música, cinegrafistas devem deixar o local do show com seu equipamento. Caso haja necessidade de se continuar no local do evento, ele deverá guardar o equipamento fora do clube e depois retornar pelo mesmo acesso inicial, onde as credenciais ficarão retidas até seu retorno.

Mesmo com tantas frescurites e limitações, amanhã podem esperar: os noticiários estarão recheados de textos elogiosos assinados por repórteres medrosos. Se a cantora mandar todo mundo ir “thomar nhu cu” e comentar que “Teresoma fax calhor maix que o infernu”, entendam que ela “elogiou o entusiasmo do público” e “brincou com o clima tropical de Teresina”. Dizem por aí que é preciso “fazer a média”. Duvido que alguém tenha coragem de escrever algo parecido com isso aqui.

Dispensei a “grande” oportunidade de trabalhar no show. Além de não saber porra nenhuma da Alanis, não suporto multidão se esgoelando com duas ou três músicas e balbuciando frases desconexas no restante. Concordo com a análise da amiga Talita Franca: “Esse show vai ser o maior coro the books on the table do Brasil.”



E como se não bastasse, a turma ainda promove bizarrices desse nível

4 comentários:

  1. Anônimo11:00 PM

    Sabe uma coisa que é triste nesse país: As pessoas se perdem em futilidades...

    Incrivel a quantidade de pessoas que eu conheço e que desprezam, por exemplo, Asa Branca do Luiz Gonzaga, mas que se matam pra ir num show e ouvir duas músicas conhecidas e cujos significados só sabem porque procuraram no google a tradução.

    Diaxo de povo mesquinho, que vive num conformismo estúpido, como se estivessem embriagados... Entorpecidos por sua própria insanidade...
    Importante mesmo é dizer que tava lá, que foi, que viu, que cantou, que dançou. E, após o show, continuam dançando sem perceber...

    Ótimo post, moço...

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  2. Anônimo11:54 AM

    hehe Mas aconteceu o pior. Fui fazer o exercicio de saber a repercussão do show em Teresina ela... e o que vimos?! Nada! Incrivel. Muitos se esgoelaram e se credenciaram, e pouco fizeram... tavam mais afim de ser público aproveitando-se da situação 'eu sou jornalista/imprensa'. No maximo vi um post de uma colunista do cidade-verde que copiou e colou um texto da Ascom do evento. 'Mesmo com tantas frescurites e limitações, amanhã podem esperar: os noticiários estarão recheados de textos elogiosos assinados por repórteres medrosos'

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. ainda bem q não preciso disso...(eu soujornalistavoumudaromundoenetradegraçanoseventos)
    Curtí o show, relembrei minha adolescencia, e ainda me emocionei com as novas musicas... (q desse novo álbum, confesso não ser muito fã, não gostei dela expor a vida sentimental dela).
    Lembro-me dos meus 15 anos qnd ganhei meu violão e só tocava Alanis...
    Lembro que no ano de 2002 eu chorei pq não podia ir ao show de uma das minha cantoras favoritas!!
    Agora, eu posso dizer que fui.Na minah cidade!
    Bem acompanhada e posicionada (estava de camarote).
    Um dos melhores shows que já ví.
    e pra minha surpresa:
    70% dos presentes sabiam sim, pq estavam alí!
    eu inclusive.
    E o que é melhor: gosto de Alanis e Luiz Gonzaga!!

    Não só respeito, como vivo as diferenças!!
    (para raros)

    sobre o show,
    de fato, exceto a leilane do portalaz (q diga-se de passagem, fez um puta texto)todos os meios só copiaram e colaram...

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