Seja em um campinho de terra, no asfalto quente ou na garagem de casa: toda hora é hora de bater uma bolinha.
O uniforme é o peito suado. As traves? Qualquer chinelo. Aí é tirar par ou ímpar, escolher campo ou bola e começar mais uma disputa.
Não importa conta bancária, idade, cor, sexo, físico, profissão. Todos são iguais. Peladeiros profissionais em busca de, como dizem por aí, “matar a coceira”. E claro que há paixão. Rivalidades tradicionais. Os “caba” da Rua de Cima contra os da Rua de Baixo, Casados x Solteiros e por aí vai.
É sobre esse universo que o cronista esportivo Deusdeth Nunes, o “Garrincha”, trata no livro “Peladas e Peladeiros”, o 15º de sua autoria, lançado sexta-feira (12) no Salão Nobre do Jockey Clube, zona Leste de Teresina.
“Eu falo da pelada como um elo de ligação entre os povos; ela é um fator de socialização entre ricos e pobres, pretos e brancos, entre adultos e crianças”, explica o autor.
A obra também trata da origem da bola, traz o dicionário dos peladeiros e faz uma homenagem ao craque Mané Guarrincha, considerado pelo xará piauiense como o maior de todos os peladeiros. “Ele sempre foi um peladeiro. E por ironia do destino, terminou a vida jogando pelada para ganhar dinheiro. Até no Piauí ele jogou. Tenho foto dele em partidas em Piripiri e Oeiras. Cobrava R$ 500 por partida”, conta Deusdeth Nunes.
Bem ao seu estilo boêmio, e para incrementar o lançamento do livro, Garrincha também organizou uma "resenha", que nada mais é que o fuá que acontece após a pelada. “Todo peladeiro gosta de uma resenha, de tomar uma caninha ou uma cervejinha depois do jogo”, explica. Aos seus convidados, o escritor servirá uma boa cachaça com tira-gosto de piaba. Para esquentar o sangue e forrar o bucho.
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